Ontologia(s)

Perspectivismo e Afropessimismo

Autores

  • Osmundo Pinho

DOI:

https://doi.org/10.48006/2358-0097-7218

Palavras-chave:

ontologia; perspectivismo; afropessimismo; epistemologia; antinegritude.

Resumo

Neste ensaio, fruto da experiência docente na periferia colonial do capitalismo racializado brasileiro retomo, muito brevemente, a conexão encontrada na filosofia ocidental entre ontologia e linguagem para dar explicitude aos fundamentos da virada linguística e para apontar a transição para uma virada ontológica, discutida dessa forma em duas instâncias, que parecem ter estado até então incomunicáveis. O perspectivismo ameríndio, que poderíamos talvez considerar um capítulo da virada ontológica mais ampla na antropologia social contemporânea, e o afropessimismo afroamericano, descendente das tradições do radicalismo negro norte-americano e da África e diáspora.

Referências

AGAMBEN, Giorgio. 2008. O Que Resta de Auschwitz. São Paulo. Estado de Sitio.

ARMANI, Carlos Henrique. 2020. “A história intelectual e a virada ontológica na antropologia”. História Debates e Tendências, v. 20, n. 1: 36-52.

AZZAN, Celso. 1993. Antropologia e interpretação. Explicação e compreensão nas antropologias de Lévi-Strauss e Geertz. Campinas. Editora da UNICAMP.

BADOCK, C. R. A. 1976. Lévi-Strauss: Estruturalismo e Teoria Sociológica. Rio de Janeiro. Zahar Editores.

BASTIDE, Roger. 2001. O Candomblé da Bahia. Rito Nagô. Nova edição revista e ampliada. Companhia da Letras. São Paulo.

BESSIRE, Lucas & BOND, David. 2014. “Ontological anthropology and the deferral of critique”. American Ethnologist, v. 41, n. 3: 440-456.

CHAUÍ, Marilena. 1991. Kant: Vida e Obra. In. Crítica da Razão Pura. Os Pensadores. 2 vols. São Paulo. Nova Cultural, p. V-XIX.

CLIFFORD, James e MARCUS, George E. 1986. Writing Culture. The Poetics and Politics of Ethnography. Berkeley. University of California Press.

DELEUZE, Gilles e GUATTARI, Félix. 1996. Mil Platôs – Capitalismo e Esquizofrenia. Vol. 1. Rio de Janeiro. Editora 34.

DELEUZE, Gilles e GUATTARI, Félix. 2010. O Anti-Édipo. Capitalismo e Eesquizofrenia 1. Rio de Janeiro. Editora 34.

DERRIDA, Jacques. 1995. A escritura e a diferença. São Paulo. Perspectiva.

DIAWARA, Manthia. 2020. O Congresso de 1956: Para além da Negritude e do Nacionalismo Cultural. Medium. Disponível em: https://osmundopinho.medium.com/o-congresso-de-1956-para-al%C3%A9m-da-negritude-e-do-nacionalismo-cultural-1-f306f4288bb7 . Acesso em 24.05.2021.

DREYFUS, Hubert L. & RABINOW, Paul. 2010. Michel Foucault – Uma Trajetória Filosófica – Para Além do Estruturalismo e da Hermenêutica. Rio de Janeiro. Forense Universitária.

DULLEY, Iracema. 2015. Os Nomes dos Outros. Etnografia e Diferença em Roy Wagner. São Paulo. FAPESP/Humanitas.

DURANT, Will. 1996. A História da Filosofia. Os Pensadores. São Paulo. Nova Cultural.

EDITORS’. 2017. Editors’ Introduction. In: Afro-pessimism, an introduction. Racked & dispatched. Minneapolis, p. 7-14.

EVANS-PRITICHARD, E.E. 2004. Bruxaria, oráculos e magia entre os Azande. Rio de Janeiro. Jorge Zahar.

FANON, Frantz. 2018. Racismo e Cultura. Revista Convergência Crítica. n. 13. p. 78 90.

FANON, Franz. 1983. Pele negra, máscaras brancas. Salvador: Livraria Fator.

FAUSTINO Deivison Mendes. 2018. O I Congresso de Artistas e Escritores Negros. In: Frantz Fanon. Um Revolucionário Particularmente Negro. São Paulo. Ciclo Contínuo. p. 83-90.

FLAUZINA, Ana Luiza Pinheiro. 2008. Corpo negro caído no chão. O sistema penal e o projeto genocida do Estado brasileiro. Rio de Janeiro: Contraponto.

FRAZER, James G. 1982. O ramo de ouro. Rio de Janeiro, Zahar.

GEERTZ, Clifford. 1978. A Interpretação das Culturas. Zahar Editores. Rio de Janeiro.

GELL, Alfred. 2018. Arte e Agência: Uma Teoria Antropológica. São Paulo: Ubu Editora.

GORDON, Lewis. 1999. Bad faith and anti-black racism. Amherst. Humanity Books.

HARTMAN, Saidiya. 1997. Scenes of subjection. Terror, slavery, and self-making in nineteenth-century America. New York Oxford. Oxford University Press.

HARNEY, Stefano; MOTEN, Fred. 2013. The undercommons. Fugitive planning and black study. Winvehoe/New York/Port Watson. Minor Compositions.

HEGEL, Georg Wilhelm Friedrich. 2014. Fenomenologia do Espírito. Petrópolis. Vozes.

HEIDEGGER, Martin. 1989. Ser e Tempo. 2 Vols. Petrópolis. Vozes.

HEYWOOD, Paolo. Ontological Turn, The | Cambridge Encyclopedia of Anthropology. 2017. Disponível em https://www.anthroencyclopedia.com/entry/ontological-turn. Acesso 24.05.2021.

KANT, Immanuel. 1991. Crítica da Razão Pura. Os Pensadores. 2 vols. São Paulo. Nova Cultural.

KUPER, Adam. 1988. The Invention Primitive Society. London and New York. Routledge.

LEVY-BRUHL, Lucien. 2008. A mentalidade primitiva. São Paulo. Paulus.

LUKÁCS, György. 1979. A Falsa e a Verdadeira Ontologia de Hegel. São Paulo. Livraria Editora de Ciências Humanas.

MACIEL, Lucas da Costa. 2019. “Perspectivismo ameríndio”. In: Enciclopédia de Antropologia. São Paulo: Universidade de São Paulo, Departamento de Antropologia. Disponível em: <http://ea.fflch.usp.br/conceito/perspectivismo-amer%C3%ADndio. Acesso 10 de maio de 2021.

MEILLASOUX, Claude. 1995. Antropologia da escravidão. O ventre de ferro e dinheiro. Rio de Janeiro. Jorge Zahar Editor.

HOLBRAAD, Martin; PEDERSEN, Morten Axel & VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. 2019. “A política da ontologia: posições antropológicas”. Ayé: Revista de Antropologia, n. 1, v 1: 95-102.

MOTEN, Fred. 2013. “Blackness and nothingness (mysticism in the flesh)”. The south atlantic quarterly, v. 112, n. 4: 737-780.

MOTEN, Fred. 2003. In the break. The aesthetics of black radical tradition. Minneapolis/London. University o Minnesota Press.

MUDINBE, V. Y. 1988. The Invention of Africa: Gnosis, Philosophy and the Order of Knowledge. London. James Currey.

NÓBREGA, Francisco Pereira. 2005. Compreender Hegel. Petrópolis. Vozes.

OLIVEIRA, Roberto Cardoso. 1988. Sobre o Pensamento Antropológico. Brasília. Tempo Brasileiro.

PINHO, Osmundo. 2021. Cativeiro: Antinegritude e Ancestralidade. Salvador. Segundo Selo.

SÁEZ, Oscar Calavia. 2012. Do perspectivismo ameríndio ao índio real. Campos 13(2): 7-23.

SEXTON, Jared. 2011. “The social life of social death: On afro-pessimism and black optimism”. InTensions Journal, n. 5: 1-47.

SPILLERS, Hortense J. 1987. “Mama's baby, papa's maybe: An american grammar book”. Diacritics, v. 17, n. 2: 64-81.

STEINER, George. 1990a. Extraterritorial. A Literatura e a Revolução da Linguagem. São Paulo. Companhia das Letras.

STEINER, George. 1990b. Heidegger. Lisboa. Publicações Dom Quixote.

STRATHERN, M. 1998. The Gender of the Gift: Problems with Women and Problems with Society in Melanesia. Berkeley: University of California Press.

TAUSSIG, Michael. 1993. Xamanismo, colonialismo e o homem selvagem. Um estudo sobre terror e cura. São Paulo. Paz e Terra.

TEMPELS, Placide. 1959. Bantu Philosophy, Paris. Présence Africaine. [published online at] http://www.aequatoria.be/tempels/FTEnglishTranslation.htm.

TROTIGNON, Pierre. 1990. Heidegger. Rio de Janeiro. Edições 70.

VAZ, Henrique. 2014. O Significado da Fenomenologia do Espírito. In. Fenomenologia do Espírito. Petrópolis. Vozes, p. 11-22.

VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. 2018. Metafisicas Canibais. São Paulo. Ubu/N-1.

VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. 2002. A Inconstância da Alma Selvagem. São Paulo. Cosac & Naif.

WAGNER, Roy. 2017. Símbolos que representam a si Mesmos. São Paulo. Editora Unesp.

WILDERSON, Frank. 2010. Red, White & Black. Cinema and the Structure of U.S. Antagonisms. Duke University Press. Durham.

WILDERSON, Frank. 2018. Afro-pessimism & the end of redemption. The occupied times. Disponível em: https://theoccupiedtimes.org/?p=14236. Acesso: 17 jun. 2020.

WILDERSON, Frank. 2020. Afropessimism. New York: Liveright Publishing Corporation.

WRIGHT, Richard. 2008. The color curtain. In: Black power. New York: Harperennial.

Downloads

Publicado

21.02.2022

Como Citar

Pinho, O. (2022). Ontologia(s) : Perspectivismo e Afropessimismo. Novos Debates, 7(2). https://doi.org/10.48006/2358-0097-7218

Edição

Seção

Fórum