Esboços de racialização

O cânone na antropologia (social) feita no Brasil e construção de sua historiografia intelectual

Autores

DOI:

https://doi.org/10.48006/2358-0097-7219

Palavras-chave:

Racialização, Cânones, Produção de conhecimento, Ações afirmativas, Antropologia

Resumo

Este artigo visa partilhar reflexões acerca da construção dos cânones na antropologia feita no Brasil, bem como realizar apontamentos sobre os impactos da presença negra nas universidades brasileiras, através das ações afirmativas, tomada como grande propulsora da emergência e elaboração dos questionamentos aos chamados “clássicos”. Partindo do que venho pensando como racialização da historiografia da disciplina, realizo uma discussão sobre as formas pelas quais a eleição desses autores consagrados afeta(ra)m a produção de conhecimento antropológico e invisibiliza(ra)m a existência de intelectuais e acadêmicos que não partilhem do mesmo lugar geográfico-étnico-racial comum branco euro-estadunidense.

Referências

ADICHIE, Chimamanda Ngozi. O perigo de uma história única. Companhia das Letras, 2019.

ANI, Marimba. Yurugu: An African-centered critique of European cultural thought and behavior. Africa World Press, 1994.

BENTO, Maria Aparecida da Silva. Pactos narcísicos no racismo: branquitude e poder nas organizações empresariais e no poder público. 2002. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo.

CARDOSO, Lourenço. O branco ante a rebeldia do desejo: um estudo sobre a branquitude no Brasil. 2014. 2014. Tese de Doutorado. Tese (Doutorado em Ciências Sociais)–Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Araraquara.

CARONE, Iray; BENTO, Maria Aparecida Silva. Psicologia social do racismo: estudos sobre branquitude e branqueamento no Brasil. Editora Vozes Limitada, 2017.

CARVALHO, José Jorge de. “Antropologia: saber acadêmico e experiência iniciática”. Anuário Antropológico, v. 15, n. 1, p. 91-107, 1991.

CASTRO, Celso. Evolucionismo cultural. Zahar, 2005.

CORRÊA, Mariza. “A Antropologia no Brasil (1960-1980)”. In: História das Ciências Sociais no Brasil. Vol. 2. (1995)

____________. Traficantes do simbólico e outros ensaios sobre a história da antropologia. Editora UNICAMP, 2013.

ERIKSEN, Thomas Hylland; NIELSEN, Finn Sivert. História da antropologia. Editora Vozes Limitada, 2019.

EVARISTO, Conceição. “Literatura negra: uma poética de nossa afro-brasilidade”. Scripta, v. 13, n. 25, p. 17-31, 2009.

FONSECA, Claudia; GROSSI, M. “Totens e xamãs na pós-graduação”. Ensino de antropologia no Brasil: formação, práticas disciplinares e além-fronteiras. Blumenau: Nova Letra, p. 147-163, 2006.

FRANKENBURG, Ruth. White women, race matters: The social construction of whiteness. Routledge, 1993.

GERTH, Hans Heinrich; MILLS, C. Wright. Max Weber: ensaios de sociologia. Rio de Janeiro: Guanabara, 1982.

GOMES, Nilma Lino. O movimento negro educador: saberes construídos nas lutas por emancipação. Editora Vozes Limitada, 2019.

KILOMBA, Grada. Memórias da plantação: episódios de racismo cotidiano. Editora Cobogó, 2019.

KUPER, Adam; DESMONTS, Antonio. Antropólogos e antropologia. F. Alves, 1978.

LAPLANTINE, Francis. Aprender antropologia. Brasiliense, 1988.

MERCIER, Paul. Historia de la antropología. 1995.

NJERI, Aza. “Educação afrocêntrica como via de luta antirracista e sobrevivência na maafa”. Revista Sul-Americana de Filosofia e Educação, n. 31, p. 4-17, 2019.

OBSERVATÓRIO DAS CIÊNCIAS SOCIAIS DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DO RIO DE JANEIRO. Disponível em: <http://ocs.iesp.uerj.br/wp-content/uploads/2020/07/Boletim-OCS_GEMAA_2020.pdf > acesso em 05/09/2020.

PASSOS, Ana Helena Ithamar. “Varrendo A Sala Para Levantar Poeira: O Branco Numa Aula Sobre A História E Cultura Afrobrasileira”. Revista da Associação Brasileira de Pesquisadores/as Negros/as (ABPN), v. 6, n. 13, p. 223-251, 2014.

PEIRANO, Mariza GS. “Só para iniciados”. Revista Estudos Históricos, v. 3, n. 5, p. 93-102, 1990.

____________. The anthropology of anthropology: the Brazilian case. Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Humanas, Departamento de Antropologia, 1991.

____________. “Os antropólogos e suas linhagens”. Homenagem, p. 31-45, 1992.

____________. “A história que me orienta”. Rumos da antropologia no Brasil e no Mundo: geopolíticas disciplinares. Recife: Editora UFPE, p. 17-33, 2014.

RAMOS, Alberto Guerreiro. “O problema do negro na sociologia brasileira” In: Cadernos de Nosso Tempo, v. 2, n. 2, p. 189-220, 1954.

RAMOSE, Mogobe. “Sobre a legitimidade e o estudo da filosofia africana”. Trad. Dirce Eleonora Nigo Solis, Rafael Medina Lopes e Roberta Ribeiro Cassiano. Ensaios Filosóficos, v. 4, 2011.

SANABRIA, Guillermo Vega. O ensino de antropologia no Brasil: um estudo sobre as formas institucionalizadas de transmissão da cultura. 2005. Dissertação de mestrado (Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social)-Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis.

SCHUCMAN, Lia Vainer. Entre o encardido, o branco e o branquíssimo: raça, hierarquia e poder na construção da branquitude paulistana. 2012. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo.

STOCKING, George W. Race, culture, and evolution: Essays in the history of anthropology. University of Chicago Press, 1982.

TROUILLOT, Michel-Rolph. “Silencing the past: layers of meaning in the Haitian Revolution”. In: Between History and Histories. University of Toronto Press, 2016. p. 31-61.

Downloads

Publicado

21.02.2022

Como Citar

Nyack, Z. (2022). Esboços de racialização: O cânone na antropologia (social) feita no Brasil e construção de sua historiografia intelectual. Novos Debates, 7(2). https://doi.org/10.48006/2358-0097-7219

Edição

Seção

Fórum