F(r)icções do Nordeste da cana-de-açúcar em uma festa popular massiva
Movimento de mulheres, cultura popular e patrimônio
DOI:
https://doi.org/10.48006/2358-0097-7107Palavras-chave:
Feminismos, Cultura Popular, Nordeste, Festa, PatrimônioResumo
A partir da tensão ocasionada pela presença e reivindicações de um coletivo de mulheres durante
o cortejo de grupos populares na Festa de Santo Antônio em Barbalha (CE), reflete-se sobre
diferentes narrativas que tomam forma pelo conflito social. Ali, distintos agentes da festa e na festa
disputam a legitimidade em ocupar a rua. A partir dessa disputa, revelam-se dizibilidades sobre o
Nordeste da cana de açúcar, culturas populares, memória local, patrimônio e a vida das mulheres da
região. Observar essas questões a partir da festa, permite-nos acompanhar a dinâmica e persistência
de conflitos sociais que localizam a sociedade brasileira, impondo formas de institucionalização e
subjetivação socialmente localizadas.
Referências
ALVAREZ, Sonia. 2014. "Para além da sociedade civil: reflexões sobre o campo feminista". Cadernos Pagu, 43: 13-56.
ARAÚJO, Iara et al. (Org.). 2019. Queixas, denúncias e conciliações. Um estudo sobre a violência de gênero. Curitiba: Appris.
BRAH, Avtar. 2006. "Diferença, diversidade, diferenciação". Cadernos Pagu, 26: 329-376.
CAVIGNAC, Julie. 2001. "Destinos migrantes: representações simbólicas, histórias de vida e narrativas". Campos, 1: 67-98.
CHIANCA, Luciana. 2007. "Quando o campo está na cidade: migração, identidade e festa". Sociedade e Cultura, 10(1): 45-59.
DILTHEY, Wilhelm. 2010 [1910]. A construção do mundo histórico nas ciências humanas. São Paulo: Editora Unesp.
FIGUEIREDO FILHO, José Alves de. 1960. O Folclore no Cariri. Fortaleza, Imprensa universitária.
FIGUEIREDO FILHO, José Alves. 1955. "As bandas cabaçais do Cariri". Itaytera, 1(1): 107-112.
FOUCAULT, Michel. 2010 [1975]. Vigiar e punir. História da violência nas prisões. Petrópolis: Vozes.
FOUCAULT, Michel. 2013 [1966]. "As heterotopias". Em: Michel Foucault. O corpo utópico, as heterotopias. São Paulo: N-1 Edições.
FROTA, Maria Helena et al. 2012. Assassinato de mulheres no Ceará. Fortaleza: EdUECE; EDMETA.
GONÇALVES, Naudiney. 2020. Dos engenhos à usina: patrimônio e cultura material canavieira do Cariri cearense (anos 1930-1970). Tese (Doutorado em História) - Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro.
GUPTA, Akhil & FERGUSON, James. 2020. “Mais além da ‘cultura’: espaço, identidade e política da diferença” Em: Antonio Augusto Arantes Neto. O espaço da diferença. Campinas, Papirus. p. 31- 49.
INSTITUTO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO NACIONAL. 2015. Dossiê de Registro. Festa do Pau da Bandeira de Santo Antônio de Barbalha. IPHAN: Fortaleza.
IRFFI, Ana Sara. 2016. "Cabras, caboclos, negros e mulatos: escravidão e núcleos familiares no Cariri Cearense (1850-1884)". AfroÁsia, 53: 9-44.
LUNA, Edilvan Moraes. 2018. Inscrições de discursos sobre uma região negra: a atuação política do grupo de valorização negra do Cariri (GRUNEC). Monografia (Graduação em Ciências Sociais) - Departamento de Ciências Sociais/Universidade Regional do Cariri.
MARQUES, Roberto. 2020. "Problemas de patrimônio como problemas de gênero: disjunções entre feminismo e cultura popular na Festa de Santo Antônio em Barbalha (CE)". Interseções, 22: 463-491.
_____. 2004. "Inventando a região: Os intelectuais do Instituto Cultural do Cariri na década de 50". Em: Roberto Marques. Contracultura, tradição e oralidade. São Paulo: Annablume, 2004.
NASCIMENTO, Silvana Souza. 2012. "Homem com homem, mulher com mulher: paródias sertanejas no interior de Goiás". Cadernos Pagu, 39: 367-402.
MENEZES, Marilda. 2012. "Família, juventude e migrações". Anthropológicas, 23(1): 113- 136.
PAZ, Renata Marinho & MARQUES, Roberto. 2013. "Quem é o povo da cultura popular? Algumas reflexões a partir das noções de Cariri, religiosidade e festas". Em: Domingos Sávio Cordeiro (Org.). Temas contemporâneos em Sociologia. Fortaleza: Tipografia Íris, 1: 41-58.
PIRES, Flávia. 2013. Os Filhos-ausentes e as penosas de São Sebastiãozinho. Etnografia da festa da Catingueira/PB. João Pessoa: Ed. UFPB.
SAID, Edward. 1990. O Orientalismo. São Paulo: Companhia das Letras.
SILVA, Jane Semeão e. 2011. "Revista 'Itaytera', natureza e Cariri cearense: a (re)invenção de uma identidade (1955-1980)". Anais do XXVI Simpósio Nacional de História – ANPUH, São Paulo, Brasil.
SOARES, Igor de Menezes & SILVA, Ítala Byanca (Org.). 2013. Sentidos da devoção. Festa e carregamento em Barbalha. Fortaleza: IPHAN.
SOARES, Suamy Rafaely. 2019. Feminismo no Sertão: as particularidades da Frente de Mulheres no Cariri cearense. Tese (Doutorado em Serviço Social) - Universidade Federal de Pernambuco.
SOUZA, Océlio. 2004. "A Festa do pau da bandeira de Santo Antônio de Barbalha: algumas reflexões". Em: Marinalva Vilar de Lima & Roberto Marques (Org.). Estudos regionais: limites e possibilidades. Crato: Ceres Editora. p. 63-71.
SOUZA, Océlio. 2000. A festa do pau da bandeira de Santo Antonio de Barbalha-CE: entre o controle e a autonomia -1928-1998. Dissertação (Mestrado em História Social) - Universidade Federal do Rio de Janeiro.
TURNER, Victor. 2015. Do Ritual ao teatro: a seriedade humana de brincar. Rio de Janeiro, Ed. UFRJ.
VIANA, José Italo Bezerra. 2014. "A 'tendência ardorosa de cratizar o Cariri': escrita da história e representações do passado na produção do Instituto Cultural do Cariri". Revista Historiar, 6: 81-97.
WAISELFISZ, Julio. 2010. Mapa da Violência 2010. Anatomia dos homicídios no Brasil. São Paulo, Instituto Sangari.
WAISELFISZ, Julio. 2012. Mapa da Violência 2012. Caderno complementar 1: Homicídio de Mulheres no Brasil. São Paulo, Instituto Sangari.
WOORTMANN, Klaas. 1987. "Com parente não se neguceia: o campesinato como ordem moral". Anuário Antropológico, 87: 11-73.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Novos Debates
Esta obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Attribution 3.0 Unported License.
Política de Acesso Aberto
Somos uma revista de acesso aberto. Não cobramos pela publicação de artigos ou pelo acesso aos fascículos da revista.
Todo o conteúdo da revista, exceto indicação contrária em materiais específicos, está licenciado sobre Atribuição 3.0 Creative Commons Brasil (CC BY 3.0 BR).
Você tem o direito de:
– Compartilhar — copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato
– Adaptar — remixar, transformar, e criar a partir do material para qualquer fim, mesmo que comercial.
– O licenciante não pode revogar estes direitos desde que você respeite os termos da licença.
De acordo com os termos seguintes:
– Atribuição — Você deve dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas. Você deve fazê-lo em qualquer circunstância razoável, mas de nenhuma maneira que sugira que o licenciante apoia você ou o seu uso.
– Sem restrições adicionais — Você não pode aplicar termos jurídicos ou medidas de caráter tecnológico que restrinjam legalmente outros de fazerem algo que a licença permita.