Cartografia-ananse

Territórios do axé na Tríplice Fronteira

Autores

  • Marina Aureo Galdino Iyálorixá do Ile Axé e do Afoxé Oju Ogun Funmilayol, Rede de Mulheres Negras do Paraná e Conselho Municipal de Igualdade Racial de Foz do Iguaçu https://orcid.org/0000-0001-6502-0326
  • Maurício dos Santos Universidade Federal da Integração Latino-Americana
  • Thiago de Azevedo Pinheiro Hoshino Universidade Federal do Paraná

DOI:

https://doi.org/10.48006/2358-0097-6203

Palavras-chave:

Religiões afro-brasileiras, Ananse, Axé, Fronteiras, Espacialidades

Resumo

O tema da fronteira, como metáfora, como aposta metodológica ou como problema não está ausente da literatura sobre as religiões afro-brasileiras. Não obstante, existe uma lacuna sensível entre o pensar fronteiras e o pensar fronteiriço, que assume a condição do front, da afronta e do afro como potência, fazendo da encruzilhada sua epistemologia. Trata-se, como o presente artigo propõe, a partir da dinâmica dos terreiros de Foz do Iguaçu/PR e dos movimentos do axé na Tríplice Fronteira, de uma vocação de caminhos do povo- de-santo e das agências que o atravessam e constituem. Nessa nomadologia, Anansi, a fiandeira de histórias e mundos dos ashanti, é a melhor das cartógrafas e boiadeiros, orixás, exus e caboclos ensinam que, como a aranha, viver no santo é fazer seu próprio lugar, vivendo do que se tece.

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Publicado

18.08.2021

Como Citar

Galdino, M. A. ., dos Santos, M., & de Azevedo Pinheiro Hoshino, T. (2021). Cartografia-ananse: Territórios do axé na Tríplice Fronteira. Novos Debates, 6(1-2). https://doi.org/10.48006/2358-0097-6203

Edição

Seção

Novas Pesquisas