A vida vivida no cotidiano da morte
Vivências de coveiros no cemitério Santa Izabel em Belém do Pará
DOI:
https://doi.org/10.48006/2358-0097/V10N2.E102005Palavras-chave:
antropologia da morte, narrativas, cidade cemiterial, Belém, antropologia urbanaResumo
Este artigo aborda as vivências de um cemitério em Belém do Pará através das narrativas dos trabalhadores da necrópole apresentadas em uma etnografia cemiterial ancorada em três dimensões antropológicas: a das emoções, a urbana e da morte. Assim, percorremos as ruas da cidade dos vivos e dos mortos considerando sua ampla sensorialidade, evocada pelo sensível, imaginário e ritos, vinculada à escuta e observação participante quanto à rotina dos profissionais, singularizando as reverberações simbólicas do/no Cemitério Santa Izabel junto à metrópole amazônica. Por meio da etnografia de rua, compreendemos as práticas e concepções dos sujeitos que lidam cotidianamente com o fenômeno, (re)dimensionando as fronteiras entre vida e morte.
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