“Nunca mais consegui ser apenas filha ou apenas antropóloga”
pesquisando minha própria mãe
DOI:
https://doi.org/10.48006/2358-0097/V10N2.E102003Palavras-chave:
etnografia em casa, mãe-interlocutora, mulheres negras, trabalho doméstico, posicionalidadeResumo
O presente trabalho tem como objetivo discutir a partir de um relatos etnográficos as dimensões e os desafios de realizar uma etnografia em casa com minha mãe-interlocutora mobilizando assim reflexões acerca das posicionalidades coexistem de pesquisa como Filha e Antropóloga. Busca-se tensionar as formas de narrar e descrever a vida deste apresenta-se debates contemporâneos de antropólogos/as que buscam promover a maior aproximação da antropologia com o Outro pesquisado, bem como, discute quando os “corpos Outros” que estão produzindo conhecimento, especificamente corpos negros e indígenas. Por fim, a partir de tais revisões é apresentado reflexões etnográficas produzidas pela autora do texto, enquanto uma jovem, negra, estudante de antropologia que encontra em sua trajetória de vida, cidade Oliveira-MG, e casa de origem, em sua mãe uma interlocutora fundamental para realizar a pesquisa de campo com trabalhadoras domésticas. Assim, trazendo inquietações mobilizantes a pensar a produção de uma etnografia em casa, que conta a história do Outro, mas também a história de si, ao ver a relação mãe-filha coexistindo nos lugares de filha-pesquisadora e de mãe-interlocutora, potencializando também diálogos sobre uma maternidade negra como espaço seguro.
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