Vozes negras na antropologia

Breve história de um projeto antirracista

Autores

  • Messias Basques Harvard University

DOI:

https://doi.org/10.48006/2358-0097/V8N2.E8208

Palavras-chave:

antropólogos/as negros e negras, História da Antropologia, racismo e antirracismo, ação afirmativa

Resumo

O artigo apresenta a breve história de um curso de introdução à vida e à obra de pessoas negras pioneiras na antropologia, que ainda hoje são pouco conhecidas e até mesmo ignoradas pela maioria dos cientistas sociais no Brasil e no exterior. A partir de diferentes estilos, métodos e teorias, cada um desses intelectuais desenvolveu perspectivas antirracistas acerca de temas fundamentais às ciências humanas e ao estudo da questão racial no continente africano e nos países da diáspora. A primeira edição do curso ocorreu no início de 2019, na Universidade Federal do Espírito Santo, Campus de Vitória, em apoio a uma demanda do coletivo de estudantes negros do curso de Ciências Sociais. Desde então, foram promovidas outras edições em parceria com universidades públicas, na modalidade de cursos de extensão gratuitos, bem como de forma remota através canal Vozes Negras no YouTube. No 33º encontro da Associação Brasileira de Antropologia, em 2022, o projeto recebeu os prêmios de “Melhor trabalho de ensino de antropologia no Brasil” e o “1º Prêmio de Divulgação Científica”, na categoria de melhor site. O artigo é uma versão adaptada do texto submetido aos respectivos prêmios.

Biografia do Autor

Messias Basques, Harvard University

Harvard University

Referências

ASCHENBRENNER, J. 2002. Katherine Dunham: dancing a life. Chicago: University of Illinois Press.

BANKS, O. 2012. “Katherine Dunham: decolonizing Anthropology through african american dance pedagogy”. Transforming Anthropology, 20(2), p. 159–168. DOI: https://doi.org/10.1111/j.1548-7466.2012.01151.x

BASQUES, M. 2019. “Zora Hurston e as luzes negras das Ciências Sociais”. Ayé -Revista de Antropologia, 1(1), p.102-105.

BASQUES, M. 2020. “Diários de antropologia griô: etnografia e literatura na obra de Zora Hurston”. Revista Anthropológicas, 30(2), p.316-326. DOI: https://doi.org/10.51359/2525-5223.2019.244086

BORGES, A. , COSTA, A. C. , COUTO, G. B. , CIRNE, M. , LIMA, N. , VIANA, T. , & PATERNIANI, S. 2015. “Pós-Antropologia: as críticas de Archie Mafeje ao conceito de alteridade e sua proposta de uma ontologia combativa”. Sociedade e Estado, 30(2), p.347-369. DOI: https://doi.org/10.1590/S0102-699220150002000005

BOYD, V. 2004. Wrapped in rainbows: the life of Zora Neale Hurston. New York: Lisa Drew Books/Scribner.

CARNEIRO, E. 1948. Candomblés da Bahia. Salvador: Publicações do Museu do Estado/Bahia.

CARNEIRO, E. 1958. O Quilombo dos Palmares. São Paulo, Companhia Editora Nacional.

CARNEIRO, E. 1968. “O negro como objeto de ciência”. Afro-Ásia, n. 6-7. DOI: https://doi.org/10.9771/aa.v0i6-7.20679

CORRÊA, M. 2009. “A natureza imaginária do gênero na história da antropologia”. Revista Cadernos Pagu, (5), p. 109–130.

DEE DAS, J. 2017. Katherine Dunham: dance and the african diaspora. New York: Oxford University Press. DOI: https://doi.org/10.1093/acprof:oso/9780190264871.001.0001

DU BOIS, W. E. B. 1926. “Krigwa Players Little Negro Theatre. The Story of a Little Theatre Movement”, The Crisis, 32.

DUNHAM, K. 1979. “Open letter to Black Theaters”. The Black Scholar, 10(10), July/August, p. 3-6. DOI: https://doi.org/10.1080/00064246.1979.11412713

DUNHAM, K. 1985. “Excerpts from the Dances of Haiti: Function”. Journal of Black Studies, 15(4), p. 357–379. DOI: https://doi.org/10.1177/002193478501500402

FIRMIN, J. -A. 1885/2002. The equality of the human races. Urbana and Chicago: University of Illinois Press. Tradução de Asselin Charles.

FLUEHR-LOBBAN, C. 2000. “Anténor Firmin: Haitian Pioneer of Anthropology”. American Anthropologist, 102(3), p. 449-466. DOI: https://doi.org/10.1525/aa.2000.102.3.449

FLUEHR-LOBBAN, C. 2005. “Anténor Firmin and Haiti’s contribution to Anthropology”. Gradhiva. DOI: https://doi.org/10.4000/gradhiva.302

GILROY, P. 2001. “MartinDelany e a instituição da pátria”. In: O Atlântico negro: modernidade e dupla consciência. São Paulo: Ed. 34, p.65-82.

GONZALEZ, L. 1984. “Racismo e sexismo na cultura brasileira”. Revista Ciências Sociais Hoje, Anpocs, p. 223-244.

GONZALEZ, L. 2011. “Por um feminismo afro-latino-americano”. In: Caderno de Formação Política do Círculo Palmarino, n.1.

HARRISON, I. E. ; HARRISON, F. V. 1999. African American Pioneers in Anthropology. Chicago: University of Illinois Press.

HARRISON, I. E. ; JOHNSON-SIMON, D. ; WILLIAMS, E. L. 2018. The Second Generation of African American Pioneers in Anthropology. Chicago: University of Illinois Press. DOI: https://doi.org/10.5622/illinois/9780252042027.001.0001

HURSTON, Z. N. 1931/2021. Olualê Kossola. Rio de Janeiro: Record.

HURSTON, Z. N. 1935/1990. Mules And Men. New York: Harper Perennial.

HURSTON, Z. N. 1937/2021. Seus olhos viam Deus. Rio de Janeiro: Record.

HURSTON, Z. N. 1938/1990. Tell my horse: voodoo and life in Haiti and Jamaica. New York: Harper Perennial.

HURSTON, Z. N. 1942/1996. Dust tracks on a road. New York: Harper Perennial.

HURSTON, Z. N. 1943. “The ‘pet negro’ system”. American Mercury, 56, p. 593-600.

HURSTON, Z. N. 1950. “What white publishers won’t print”. In Napier, W. (Org. ). African American Literary Theory: a reader. New York: NYU Press, p.54-57.

HURSTON, Z. N. 2018. Barracoon: the story of the last ‘black cargo’. New York: Amistad. IPEA –Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. 2020. Ação afirmativa e população negra na educação superior: acesso e perfil discente. Texto para discussão.

KILOMBA, G. 2008/2019. “Quem Pode Falar? ” In: Memória da plantação: episódios de racismo cotidiano. São Paulo: Cobogó, p. 47-69. Tradução de Jess Oliveira.

MAFEJE, A. 1971. “The ideology of tribalism”. The Journal of Modern African Studies, 9(2), p. 253-261. DOI: https://doi.org/10.1017/S0022278X00024927

MAFEJE, A. 1991. The theory and ethnography of African social formations. The case of the interlacustrine kingdoms. London: Codesria Book Series.

MAFEJE, A. 2008. “A commentary on Anthropology and Africa”. Codesria Bulletin, 3(4), p.88-94. DOI: https://doi.org/10.57054/cb03-042008553

MEISENHELDER, S. 2007. “Conflict and resistance in Zora Neale Hurston’s Mules and Men”. In Bloom, H. (Ed. ). Zora Neale Hurston –Bloom’s modern critical views, p.105-130. New York: Bloom’s Literary Criticism.

MULLINGS, L. 2013. “Interrogando el racismo: hacia una antropología antirracista”. Revista CS, v.12, p.325-374. NYOKA, B. 2017. Archie Mafeje: an intellectual biography. Doctoral Thesis. University of South Africa. DOI: https://doi.org/10.18046/recs.i12.1683

PRICE, R. , PRICE, S. 2003. The root of roots: or, how afro-American Anthropology got its start. Chicago: Prickly Paradigm Press. QUERINO, M. 1918. “O colono preto como fator da civilização brasileira”. Afro-Ásia,13, 1980. RATTS, A. , Rios, F. 2010. Lélia Gonzalez. São Paulo: Selo Negro.

RATTS, A. 2006. Eu sou atlântica: sobre a trajetória de vida de Beatriz Nascimento. São Paulo: Imprensa Oficial.

ROSSI, G. 2015. O intelectual feiticeiro: Edison Carneiro e o campo de estudos das relações raciais no Brasil. Campinas: Ed. Unicamp.

Downloads

Publicado

16.06.2024

Como Citar

Basques, M. (2024). Vozes negras na antropologia: Breve história de um projeto antirracista. Novos Debates, 8(2). https://doi.org/10.48006/2358-0097/V8N2.E8208

Edição

Seção

Pedagógicas