Antropológicas maternas

Autores

DOI:

https://doi.org/10.48006/2358-0097/V10N2.E102006

Palavras-chave:

mulhres, maternidade, trabalho, antropologia, cuidado

Resumo

Ao longo dos cerca de 4 minutos deste vídeo-ensaio experimental, uma criança de três anos invade diferentes falas de sua mãe enquanto elas são transmitidas remotamente. A mãe atravessada pela criança é uma antropóloga, professora e pesquisadora que dá aulas, escreve, estuda e pensa de modo entrecortado, interrompido, fragmentado, atropelado pelas necessidades da filha. O vídeo, construído a partir de um acervo em baixa resolução de aulas e eventos que ocorreram ao longo de 2020 (o primeiro ano da pandemia de covid-19), é perpassado por situações inusitadas, pela fofura da presença da criança - e pelo se desdobrar em múltiplos papéis simultâneos e consequente exaustão da mãe. Embora traga os rostos de uma mãe e de uma criança, o vídeo transcende as especificidades das pessoas nele retratadas, do fazer antropológico ou mesmo científico: é um vídeo sobre articulações entre práticas maternas e profissionais. Este trabalho gera identificação e angústia naquelas que compartilham a mesma experiência do se desdobrar entre o trabalho do cuidado e aquele que remunera. A esperança é que ele também consiga levar um pouco dessa experiência para aqueles que não a compartilham, mas muitas vezes avaliam as pessoas que passam por ela.  

Biografia do Autor

Dayana Zdebsky de Cordova, PPGTU PUCPR

Possui graduação em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Paraná (2005) e mestrado em Antropologia Social pela mesma universidade (2010). Defendeu recentemente a tese "Relações apaixonadas, interesses obsessivos: uma etnografia sobre o colecionismo e o mercado brasileiro de arte contemporânea", pelo Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade Federal de São Carlos Tem experiência com pesquisas de cunho etnográfico e na execução de projetos culturais relativos à antropologia, arte contemporânea e patrimônio cultural. É mãe da Martina (3 anos) e da Dora (1 ano), e esteve em licença maternidade em 2017 (durante o período de escrita da tese) e entre 2019 e 2020.

Referências

CARAMURU TELES, Bárbara; REBELO, Francine. (Orgs). 2021. O pessoal é político, relato de mães acadêmicas no contexto da pandemia. São Paulo: Editora Dialética.

CORRÊA, Mariza. 1997. "O espartilho de minha avó: linhagens femininas na antropologia. Horizontes antropológicos 3(7): 70-96. DOI: https://doi.org/10.1590/S0104-71831997000300006. DOI: https://doi.org/10.1590/s0104-71831997000300006

Parents in Science. 2020. Produtividade acadêmica durante a pandemia: efeitos de gênero, raça e parentalidade. Disponível em https://bit.ly/2ApPHl0.

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Publicado

06.04.2025

Como Citar

Zdebsky de Cordova, D. (2025). Antropológicas maternas. Novos Debates, 10(2). https://doi.org/10.48006/2358-0097/V10N2.E102006

Edição

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