OUTRAS POLÍTICAS NO ANTROPOCENO
O que nos ensinam os Yanomami?
DOI:
https://doi.org/10.48006/2358-0097/V9N2.E9209Palabras clave:
antropoceno, garimpo, sonhosResumen
Este artigo aborda os desafios práticos e conceituais que emergem das relações cosmopolíticas no contexto do Antropoceno. Identifico por meio da leitura do livro A Queda do Céu (2015) os atores mobilizados no discurso do xamã Yanomami Davi Kopenawa, suas alianças com diferentes agentes políticos, notadamente não humanos e suas estratégias de resistência frente às adversidades. Neste sentido, investigo a prática xamânica e suas tecnologias, sobretudo a dos sonhos, como formas de resiliência e crítica ao colapso ambiental e humanitário causados pela atividade ilegal do garimpo na Terra Indígena Yanomami.
Citas
ALBERT, Bruce. 2002. “O outro canibal e a queda do céu. Uma crítica xamânica da economia política da natureza (Yanomami)”. In: ALBERT, B. & RAMOS, A. (orgs.) Pacificando o branco: cosmologias do contato no Norte-Amazônico. São Paulo: Editora UNESP, pp. 239-270. DOI: https://doi.org/10.4000/books.irdeditions.24767
ALMEIDA, Mauro. 2013. Caipora e outros conflitos ontológicos. Revista De Antropologia Da UFSCar, 5(1): 7–28. Disponível em: https://doi.org/10.52426/rau.v5i1.85 DOI: https://doi.org/10.52426/rau.v5i1.85
ALVES, Antônio. 2004. Artigos em Geral – Arqueologia do Recente (Livro Três). Rio Branco: Valcir.
CADENA, Marisol de la. 2018. “Natureza incomum: histórias do antropo-cego”. Revista Do Instituto De Estudos Brasileiros, n. 69: 95-117. Disponível em: https://doi.org/10.11606/issn.2316-901X.v0i69p95-117 DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2316-901X.v0i69p95-117
CUNHA, Manuela C. da. 2009. “Relações e dissensões entre saberes tradicionais e saber científico”. In: CUNHA, Manuela Carneiro. Cultura com aspas e outros ensaios. São Paulo: Cosac Naify, pp. 301-310.
DANOWSKI, Déborah & VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. 2014. Há mundo por vir? Ensaio sobre os medos e os fins. Desterro [Florianópolis]: Cultura e Barbárie, Instituto socioambiental.
GOLDMAN, Márcio. 2014. Da existência dos bruxos (ou como funciona a antropologia). Revista de Antropologia da UFSCar. R@U, 6 (1): 7-24. DOI: https://doi.org/10.52426/rau.v6i1.108
HARAWAY, Donna. 2016. “Antropoceno, Capitaloceno, Plantationceno, Chthuluceno: fazendo parentes”. ClimaCom Cultura Científica - pesquisa, jornalismo e arte Ι Ano 3 - n. 5: 139-146.
HARAWAY, Donna. 2016. Staying With the Trouble: Making Kin in the Chthulucene. Durham: Duke University Press. pp. 31-99. DOI: https://doi.org/10.2307/j.ctv11cw25q
HUI, Yuk. Cosmotechnics as Cosmopolitics. e-flux Journal, n 86, nov, 2017. Disponível em: https://www.e-flux.com/journal/86/161887/cosmotechnics-as-cosmopolitics/
HUI, Yuk. 2020. Tecnodiversidade. Tradução de Humberto do Amaral. São Paulo: Ubu.
KOPENAWA, Davi & ALBERT, Bruce. 2015. A queda do céu: palavras de um xamã Yanomami. São Paulo: Companhia das Letras.
KRENAK, Ailton. 2020. Ideias para adiar o fim do mundo. São Paulo, Companhia das Letras.
KRENAK, Ailton. 2020. O amanhã não está à venda. São Paulo, Companhia das Letras.
KRENAK, Ailton. 2020. A vida não é útil. São Paulo, Companhia das Letras.
LATOUR, Bruno. 2020. Diante de Gaia: oito conferências sobre a natureza no Antropoceno. São Paulo: Ed. Ubu, pp. 127-289.
LIMULJA, Hanna. 2019. O desejo dos outros: uma etnografia dos sonhos Yanomami (Pya ú - Toototopi). Santa Catarina: UFSC, 2019.
NATALIO, Rita. 2017. "Por que Antropoceno?". Buala, outubro. Disponível em: https://www.buala.org/pt/a-ler/porque-antropoceno-projeto-antropocenas
STENGERS, Isabelle. 2015. No tempo das catástrofes: com resistir à barbárie que vem. São Paulo: Ed. Cosac Naify.
STENGERS, Isabelle. 2018. A proposição cosmopolítica. Revista do Instituto de Estudos Brasileiros, Brasil, n. 69: 442-464. https://doi.org/10.11606/issn.2316-901X.v0i69p442-464 DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2316-901X.v0i69p442-464
SZTUTMAN, Renato. 2019. Um acontecimento cosmopolítico: O manifesto de Kopenawa e a proposta de Stengers. Mundo Amazónico, 10(1): 83-105. Disponível em: https://doi.org/10.15446/ma.v10n1.74098 DOI: https://doi.org/10.15446/ma.v10n1.74098
SZTUTMAN, Renato. 2020. Perspectivismo contra o Estado. Uma política do conceito em busca de um novo conceito de política. Revista de antropologia da USP, 63(1): 185-213. Disponível em: https://doi.org/10.11606/2179-0892.ra.2020.169177 DOI: https://doi.org/10.11606/2179-0892.ra.2020.169177
VALENTIM, Marco Antonio. 2014. A sobrenatureza da catástrofe. Revista Ianda, 3(1): 3-21.
VALENTIM, Marco Antonio. 2018. Fascismo, a política oficial do Antropoceno. IHU ON-LINE (UNISINOS. ONLINE), v. 531: 70-75.
VALENTIM, Marco Antonio. 2018. Amazona vittata: notas sobre cosmopolítica e xenocídio. Revista Direito & Práxis. Rio de Janeiro, 9(4): 2439-2460. DOI: https://doi.org/10.1590/2179-8966/2018/37910
VALENTIM, Marco Antonio. 2019. Cosmopolítica e entropia. In: Oliveira Dias, S. et alli (orgs.) Conexões: Deleuze e cosmopolíticas e ecologias radicais e nova terra. Campinas: Ed. da Unicamp.
VALENTIM, Marco Antonio. 2019. Utupe: a imaginação conceitual de Davi Kopenawa. Revista Viso, n. 24: 196-211. DOI: https://doi.org/10.22409/1981-4062/v24i/317
VALENTIM, Marco Antonio. 2020. Cosmologia e política no antropoceno. Ethic@, Florianópolis, 19(2): 300-331. DOI: https://doi.org/10.5007/1677-2954.2020v19n2p300
VALENTIM, Marco Antonio. 2021. Sonho de fogo: a cosmologia onírica de Davi Kopenawa. Revista Peri, 13(2): 2-14.
VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. 2006. A floresta de cristal: notas sobre a ontologia dos espíritos amazônicos. Cadernos de Campo, 15(14-15): 319-338. Disponível em: https://doi.org/10.11606/issn.2316-9133.v15i14-15p319-338 DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2316-9133.v15i14-15p319-338
Metafísica na rede: debate cosmopolítica e cosmofobia entre Márcio Goldman e Antônio Bispo. 2020. Disponível: https://www.youtube.com/watch?v=lBlhkKzzHmo
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2023 Novos Debates
Esta obra está bajo una licencia Creative Commons Reconocimiento 3.0 Unported.
Política de Acesso Aberto
Somos uma revista de acesso aberto. Não cobramos pela publicação de artigos ou pelo acesso aos fascículos da revista.
Todo o conteúdo da revista, exceto indicação contrária em materiais específicos, está licenciado sobre Atribuição 3.0 Creative Commons Brasil (CC BY 3.0 BR).
Você tem o direito de:
– Compartilhar — copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato
– Adaptar — remixar, transformar, e criar a partir do material para qualquer fim, mesmo que comercial.
– O licenciante não pode revogar estes direitos desde que você respeite os termos da licença.
De acordo com os termos seguintes:
– Atribuição — Você deve dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas. Você deve fazê-lo em qualquer circunstância razoável, mas de nenhuma maneira que sugira que o licenciante apoia você ou o seu uso.
– Sem restrições adicionais — Você não pode aplicar termos jurídicos ou medidas de caráter tecnológico que restrinjam legalmente outros de fazerem algo que a licença permita.