O Whatsapp na prática etnográfica

Acesso digital e ferramenta de pesquisa junto a mulheres pobres na pandemia

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.48006/2358-0097/V10N2.E102008

Palabras clave:

smartphone, WhatsApp, Covid-19, gênero, Desigualdades

Resumen

O artigo discute o uso de smartphones na pesquisa etnográfica, particularmente por meio do WhatsApp. A pesquisa partiu de estudo realizado com 4 interlocutoras durante o primeiro ano da pandemia de COVID-19, quando a recomendação principal era o distanciamento e isolamento social. O contexto da pandemia foi o propulsor de mudanças, dificuldades e conflitos na vida das nossas interlocutoras, o que nos foi narrado por meio do celular. Considerando os usos flexíveis, móveis, instantâneos e personalizados do WhatsApp (Cruz e Harindranath 2020), argumentamos que estivemos ao alcance das nossas interlocutoras para o compartilhamento de situações cotidianas e excepcionais. Compreender o uso de dispositivos eletrônicos, o acesso à internet e também as desigualdades no acesso às tecnologias digitais, atravessadas por gênero, configura-se como questão relevante para a pesquisa etnográfica atual. Se havia uma bibliografia crescente chamando atenção para a importância dos estudos sobre o digital, a questão ganha escala sobretudo no contexto após a pandemia, que afetou significativamente as formas de interação e as dinâmicas sociais.

Biografía del autor/a

Paula Lacerda, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Bacharel em Ciências Sociais pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), mestre pelo Instituto de Medicina Social (IMS/UERJ), doutora pelo Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social do Museu Nacional da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (PPGAS/MN/UFRJ). Possui estágios pós-doutorais no Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social do Museu Nacional da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (PPGAS/MN/UFRJ) e na Faculdade de Filosofia e Humanidades, da Universidade Nacional de Córdoba, Argentina. Atualmente é professora adjunta do Departamento de Antropologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e membro permanente do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais (PPCIS/UERJ). 

Manuela Cordeiro, Universidade Federal de Roraima

Doutora em Antropologia pelo Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social do Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro. Universidade Federal de Roraima, Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, Boa Vista, Brasil.

Taniele Rui, Universidade Estadual de Campinas

Doutorado em Antropologia pela Universidade Estadual de Campinas. Universidade Estadual de Campinas, Departamento de Antropologia, Campinas, Brasil.

Citas

AUTOR, 2021a

AUTOR, 2021b

BOTTINO, Caroline Martins de Melo, SCHELIGA, Eva Lenita & MENEZES, Renata de Castro. 2020. “Experimentos etnográficos em redes e varandas: a religião em tempos de pandemia”. Cadernos De Campo (São Paulo - 1991), 29(supl): 289-301. DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2316-9133.v29isuplp289-301

CRUZ, Edgar Gómez; HARINDRANATH, Ramaswami. 2020. “Whatsapp as a “technology of life”: reframing research agendas”. First Monday, v. 25, n.12: s/p. DOI: https://doi.org/10.5210/fm.v25i12.10405

FAVRET-SAADRA, Jeanne. 1990. “Être Affecté”. Gradhiva: Revue d’Histoire et d’Archives de l’Anthropologie, 8: 3-9. DOI: https://doi.org/10.3406/gradh.1990.1340

FREITAS, Eliane Tânia; RAMOS, Jair de Souza. 2017. “Etnografia digital”. Revista Antropolítica, n. 42: 8-15.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. 2022. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios: PNAD - contínua. Rio de Janeiro: IBGE.

LINS, Beatriz Accioly. 2020. “A internet é o celular”: uma antropóloga entre smartphones, câmeras frontais e redes sociais. Internet & Sociedade, v. 1, n.2, dezembro: 150-177.

LINS, Beatriz Accioly; PARREIRAS, Carolina; FREITAS, Eliane Tânia. 2020. “Estratégias para pensar o digital”. Cadernos de Campo, São Paulo, vol. 29, n.2: 1-10. DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2316-9133.v29i2pe181821

MILLER, Daniel; SLATER, Don. 2004. “Etnografia on e off-line: cibercafés em Trinidad”. Horizontes Antropológicos, vol. 10, n. 21: 41-65. DOI: https://doi.org/10.1590/S0104-71832004000100003

PANG, Natalie. & WOO, Yue Ting. 2020. “What about WhatsApp? A systematic review of WhatsApp and its role in civic and political engagement”. First Monday, 25(12): s/p. Disponível via: https://firstmonday.org/ojs/index.php/fm/article/view/10417 Acesso em 22 ago. 2024. DOI: https://doi.org/10.5210/fm.v25i12.10417

PARREIRAS, Carolina. 2015. Altporn, corpos, categorias, espaços e redes: um estudo etnográfico sobre pornografia online. Tese de Doutorado, Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais, Universidade Estadual de Campinas.

PESQUISA SOBRE O USO DAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NOS DOMICÍLIOS BRASILEIROS: TIC Domicílios 2020: edição COVID-19 metodologia adaptada. 2021. Núcleo de Informação e Coordenação do ponto BR. São Paulo, Comitê Gestor da Internet no Brasil.

MARINS, Cristina. 2020. “Internet e trabalho de campo antropológico: dois relatos etnográficos”. Ponto Urbe, n. 27, dezembro, s/p. Disponível via: https://journals.openedition.org/pontourbe/9067 Acesso em 22 ago. 2024. DOI: https://doi.org/10.4000/pontourbe.9067

MOCHEL, Lorena. 2023. A fluidez da unção: raça, gênero e erotismo evangélicos nas materialidades de um Ministério digital. Tese de Doutorado, Programa de Pós-Graduação em Antropologia, Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro.

REZENDE, Claudia Barcellos; COELHO, Maria Claudia. 2010. Antropologia das emoções. Rio de Janeiro: Editora FGV.

SEGATA, Jean. 2020. “A pandemia e o digital”. Todavia. Porto Alegre. Vol. 7, n. 1: 7-15.

WOUTERS, Paul; BEAULIEU, Anne; SCHARNHORST; WYATT, Sally. 2013. Virtual Knowledge: experimenting in the humanities and the social sciences. The Mit Press, Cambridge Massachusetts, London, England. DOI: https://doi.org/10.7551/mitpress/9274.001.0001

Publicado

2025-04-06

Cómo citar

Lacerda, P., Cordeiro, M., & Rui, T. (2025). O Whatsapp na prática etnográfica: Acesso digital e ferramenta de pesquisa junto a mulheres pobres na pandemia. Novos Debates, 10(2). https://doi.org/10.48006/2358-0097/V10N2.E102008

Número

Sección

Novas Pesquisas