EXPERIMENTOS SÔNICOS NA PANDEMIA DE COVID-19 DE UMA PROFESSORA DE ANTROPOLOGIA NAS BORDAS UNIVERSITÁRIAS

Autores

  • Juliane Bazzo Universidade Federal da Grande Dourados

DOI:

https://doi.org/10.48006/2358-0097/V9N2.E9212

Palavras-chave:

ensino de antropologia, pandemia de Covid-19, experimentos sônicos, docência temporária, universidade decolonial

Resumo

Este artigo discute duas experiências de ensino de antropologia conduzidas em universidades públicas durante o regime remoto emergencial em 2020, instalado devido às restrições sanitárias impostas pela pandemia de Covid-19. Um desses experimentos resultou em uma playlist musical construída coletivamente entre discentes e o outro em um podcast, cujos episódios reúnem falas de antropólogas(os) convidadas(os) a contribuir ao longo de uma disciplina. Ambas as vivências estão situadas em um contexto laboral específico, que é o de docência temporária da autora, a partir do qual são analisadas de uma perspectiva antropológica. O texto busca argumentar sobre a importância de se incluir, no debate acerca de uma universidade de atuação decolonial, os dois elementos protagonistas da reflexão apresentada: o som, como meio de conhecimento historicamente deslegitimado em seu potencial no Ocidente; assim como a dimensão do trabalho docente, cujas condições de exercício profissional aprofundam sua precarização durante a pandemia, vivida sob um governo de extrema direita no Brasil, no âmbito de um processo de expansão de governanças neoliberais em escala global.

Biografia do Autor

Juliane Bazzo, Universidade Federal da Grande Dourados

DiVerso: pesquis(ações) sob(re) resistências sociais | Dourados, Brasil

Referências

BERG, Maggie; SEEBER, Barbara K. 2022. The slow professor: desafiando la cultura de la rapidez en la academia. Granada: Editorial Universidad de Granada.

BUTI, Rafael P. 2021. “História quilombola no chão: No caminho para o ensino de uma antropologia imersa na vida”. Novos Debates 7(1): E7126. DOI: https://doi.org/10.48006/2358-0097-7126

CAV - COMITÊ DE ANTROPOLOGIA VISUAL. Associação Brasileira de Antropologia - ABA. 2020. Experimentações de antropologia (áudio)visual na rede. Disponível em: https://youtu.be/aCn_FvJXyFw.

CHAMORRO, Graciela; COMBÉS, Isabelle (org.). 2015. Povos indígenas em Mato Grosso do Sul: história, cultura e transformações sociais. Dourados: Ed. UFGD.

DUARTE, Luiz Fernando D. 1988. Da vida nervosa nas classes trabalhadoras urbanas. 2 ed. Rio de Janeiro: Zahar; CNPq.

DUARTE, Luiz Fernando D. 2021. “Pandemia e Pandemônio: academia, ruptura de expectativas e sofrimento”. In: Alex Vailati e Igor Holanda (org.). Uma realidade desmantelada: os efeitos psíquicos da pandemia de Covid-19 no Brasil para a população acadêmica. Mesa-redonda, IV Reunião de Antropologia da Saúde - RAS. Disponível em: https://youtu.be/sRlbCGm2Jcc.

DUNKER, Christian et al. 2020. “Para uma arqueologia da psicologia neoliberal brasileira”. In: Vladimir Safatle, Nelson da Silva Junior e Christian Dunker (org.). Neoliberalismo como gestão do sofrimento psíquico. Belo Horizonte: Autêntica. p. 221-265.

ERINGFELD, Simone. 2021. “Higher education and its post-coronial future: utopian hopes and dystopian fears at Cambridge University during Covid-19”. Studies in Higher Education 46(1): 146-157. DOI: https://doi.org/10.1080/03075079.2020.1859681

HARAWAY, Donna. 1995. “Saberes localizados: a questão da ciência para o feminismo e o privilégio da perspectiva parcial”. Cadernos Pagu 5: 07-41.

HOOKS, bell. 2017 [1994]. Ensinando a transgredir: a educação como prática da liberdade. São Paulo: WMF Martins Fontes.

LEAL, Natacha S.; VEGA SANABRIA, Guillermo; CARIAGA, Diógenes E. 2021. “Apresentação”. Dossiê Novas universidades, novos campi, novas antropologias: docências, alteridades e expansão do Ensino Superior no Brasil. Anuário Antropológico 46(1): 25-38. DOI: https://doi.org/10.4000/aa.7652

LEDA, Denise B. 2015. “A precarização do trabalho na universidade pública e suas repercussões na subjetividade do professor substituto”. Revista Contemporânea de Educação 10(20): 342-360.

LOREA, Carola. 2022. “Sonic matters: singing as method and the epistemology of singing across Bengali esoteric lineages”. American Anthropologist 124(4): 841-854. DOI: https://doi.org/10.1111/aman.13721

MAGNANI, José G. C. 2021. Antropologia urbana: dos conceitos de base aos experimentos etnográficos contemporâneos. Ciclo Aulas abertas da Antropologia: novas tradições & desafios, IFCH/Unicamp. Disponível em: https://youtu.be/M8IU6jr_RRU.

MAIA, Heribaldo. 2022. Neoliberalismo, sofrimento psíquico e mal-estar nas universidades. Live de lançamento de livro, História Cabeluda [canal Youtube]. Disponível em: https://bit.ly/3neoliberalismo_sofrimento_universidade.

MALINOWSKI, Bronislaw. 1976 [1930]. “O problema do significado em linguagens primitivas”. In: Charles K. Ogden e Ivor A. Richards (ed.). O significado de significado. 2 ed. Rio de Janeiro: Zahar Editores. p. 295-330.

MANICA, Daniela T.; PERES, Milena; FLEISCHER, Soraya (org.). 2022. No Ar: Antropologia - histórias em podcast. Campinas; Brasília: Pontes Editores; ABA Publicações. DOI: https://doi.org/10.29327/560891

MUNDARÉU. 2022. No Ar: Antropologia. Histórias em podcast. Disponível em: https://mundareu.labjor.unicamp.br/no-ar-antropologia-historias-em-podcast/.

NEIDHARDT, Lauren. 2020. Storytelling through music. Disponível em: https://www.morningsidecenter.org/teachable-moment/lessons/storytelling-through-music.

PAVÃO, Andréa. 2021. “Professores comprometidos: a interação social na orientação de trabalhos de conclusão de curso”. Campos 22(2): 153-175. DOI: https://doi.org/10.5380/cra.v22i2.74225

PEIRANO, Mariza. 2014. “Etnografia não é método”. Horizontes Antropológicos 20(42): 377-391. DOI: https://doi.org/10.1590/s0104-71832014000200015

SCHRITZMEYER, Ana Lúcia P. 2022. “Autoetnografias e análises da pandemia por neófitas(os) em antropologia: descobertas, reinvenções e sensibilidades”. Dilemas 15(1): 27-53. DOI: https://doi.org/10.4322/dilemas.v15n1.40750

SENNETT, Richard. 2009. A corrosão do caráter: consequências pessoais do trabalho no novo capitalismo. 14 ed. Rio de Janeiro; São Paulo: Record.

SILVA, Maiara L. da; MAIA FILHO, Osterne N.; RABELO, Josefa J. 2020. “As condições de trabalho do professor universitário substituto na contemporaneidade: explorando a realidade de uma universidade pública”. Educação & Formação 5(13): 215-234. DOI: https://doi.org/10.25053/redufor.v5i13.1002

STRATHERN, Marilyn. 2000. “Introduction: new accountabilities”; “Afterword: accountability… and ethnography”. In: Marilyn Strathern (ed.). Audit cultures: anthropological studies in accountability, ethics and the academy. London: Routledge. p. 1-18; 279-304.

UFGD - Universidade Federal da Grande Dourados. 2021. UFGD abre prazo para estudantes se inscreverem ao empréstimo de celulares. Disponível em: https://portal.ufgd.edu.br/noticias/ufgd-abre-prazo-para-estudantes-se-inscreverem-ao-emprestimo-de-celulares.

VEGA SANABRIA, Guillermo; DUARTE, Luiz F. D. 2019. “O ensino de Antropologia e a formação de antropólogos no Brasil hoje: de tema primordial a campo (possível) de pesquisa (antropológica)”. BIB 90: 1-32.

VEGA SANABRIA, Guillermo; SANTOS, Sônia B. dos; BAZZO, Juliane; CAMPOY, Leonardo; GRECO, Lucrecia; BOLLETIN, Paride (org.). 2021. Aprendendo e ensinando Antropologia durante a pandemia: dilemas, desafios e oportunidades. Webinário da Associação Brasileira de Antropologia - ABA. Disponível em: https://bit.ly/ensinoantropologianapandemia.

Downloads

Publicado

23.06.2024

Como Citar

Bazzo, J. (2024). EXPERIMENTOS SÔNICOS NA PANDEMIA DE COVID-19 DE UMA PROFESSORA DE ANTROPOLOGIA NAS BORDAS UNIVERSITÁRIAS. Novos Debates, 9(2), 1–21. https://doi.org/10.48006/2358-0097/V9N2.E9212

Edição

Seção

Pedagógicas