“Olho de Parente” e o “Olho Estranho”
Considerações etnográficas sobre Viver, Olhar, Ouvir, Escrever e Permanecer
DOI:
https://doi.org/10.48006/2358-0097-7103Palavras-chave:
Antropologia, Etnografia, Parentesco, Família, OlharResumo
A partir de etnografia realizada entre minhas parentes-interlocutoras questões acerca da minha posicionalidade em um campo que não tinha fim, mas que era composto enquanto um processo-de-vida e em-curso-de-vida, emergiram. Afinal, a antropóloga que foi criada pelas pessoas com quem pesquisa teria um acesso diferente ao campo? O que ocorre quando essa mesma antropóloga está imersa nas relações de direitos e obrigações que compõem os laços de parentesco e como esses mesmos laços fazem etnografia? O que seria ter um “olho de parente” e um “olho estranho”? Como todas essas perguntam colocadas acima mobilizam questões tão presentes na antropologia como “entranhar” e “olhar ”? Esse ensaio possui a intenção de fazer algumas considerações sobre as perguntas aqui colocadas e apresentar alguns caminhos (ou fugas).
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