Recepção programada

Notas metodológicas de uma pesquisa no YouTube

Autores

  • Thais Lassali Universidade Estadual de Campinas

DOI:

https://doi.org/10.48006/2358-0097/V10N1.E101007

Palavras-chave:

metodologia; antropologia digital; estudo de recepção; YouTube.

Resumo

O presente artigo propõe uma reflexão sobre a relação entre os pesquisadores que conduzem trabalho de campo em ambientes digitais e os algoritmos constitutivos das grandes plataformas contemporâneas. Para tanto, utilizarei como fio condutor argumentativo a pesquisa de campo realizada para minha tese de doutorado, que aborda a recepção de um filme blockbuster no YouTube. Uma das principais plataformas de compartilhamento de vídeos, a propriedade do conglomerado de tecnologia Alphabet Inc./Google foi utilizada como o principal meio de difusão de críticas ao referido filme, tornando-se um importante ator na constituição da impressão coletiva sobre ele. Isso se deu por meio da atuação dos algoritmos de recomendação da mídia social citada, que moldam os resultados de busca de maneira específica para cada usuário e acabam atuando como curadores do conteúdo exibido. A influência de tais estruturas algorítmicas acabaram gestando um tipo peculiar de recepção, a qual conceituei, inspirada por Taina Bucher (2018), como recepção programada. Dessa forma, o presente artigo apresenta as soluções encontradas para contornar essas limitações impostas pelo ambiente estudado. Ao mesmo tempo, aborda os questionamentos surgidos no processo, observando a necessidade de considerar, examinar e compreender o papel dos algoritmos como mediadores da pesquisa acadêmica de humanas ocorrida em plataformas, concluindo que tais entes digitais não são de todo intransponíveis, mas, ao contrário, oferecem oportunidades para o exercício da criatividade metodológica.

Biografia do Autor

Thais Lassali, Universidade Estadual de Campinas

Doutora em Antropologia Social | Campinas, Brasil

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Publicado

17.10.2024

Como Citar

Lassali, T. (2024). Recepção programada: Notas metodológicas de uma pesquisa no YouTube. Novos Debates, 10(1). https://doi.org/10.48006/2358-0097/V10N1.E101007

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