Traçando agências
Estratégias de continuidade e (re)existência da tradição do Bumba-Meu-Boi do Maranhão
DOI:
https://doi.org/10.48006/2358-0097/V10N2.E102004Palavras-chave:
antropologia dos modos de relação com o passado, estratégias de continuidade, (re)existência, cultura popular, bumba-meu-boiResumo
Este trabalho reúne algumas reflexões acerca das relações entre passado e presente a partir da noção de trace proposta por Markus Balkenhol (2014). A questão central deste artigo é analisar o tipo de agência mobilizada pelos brincantes para dar continuidade à tradição negra do bumba-meu-boi. Meu interesse pelo assunto se dá em razão de um insight que me ocorreu em meio à celebração pelo Dia de São Pedro, na capital maranhense. Nesse contexto particular, um termo entoado pelos brincantes chamou minha atenção, a partir do qual comecei a rastrear os seus sentidos, bem como os seus diferentes usos, levando-me a uma reflexão acerca da agência exercida no universo da festa. À luz das contribuições de Balkenhol (2014), verifiquei que os brincantes possuem uma estratégia de continuidade baseada na negociação, por meio da qual a brincadeira se mantém por um longo período e em diferentes espaços.
Referências
ALMEIDA, Silvio. 2019. Racismo estrutural. São Paulo: Pólen.
BALKENHOL, Markus. 2014. Tracing Slavery: an Ethnography of Diaspora, Affect, and Cultural Heritage in Amsterdam. Tese de Doutorado em Antropologia Social,Vrije Universiteit Amsterdam, Amsterdam.
BORRALHO, Tácito. 2012. O teatro do boi do Maranhão: brincadeira, ritual, gestos e movimentos. Tese de Doutorado em Artes Cênicas, Universidade de São Paulo, São Paulo.
CÂMARA CASCUDO, Luis da. 1956. Tradições populares da pecuária nordestina. Rio de Janeiro: Ministério da Agricultura.
CARDOSO, Letícia. 2008. O teatro do poder: cultura e política no Maranhão. Dissertação de Mestrado em Ciências Sociais, Universidade Federal do Maranhão, São Luís.
CARVALHO, Luciana. 2011. A Graça de Contar: um pai Francisco no bumba meu boi do Maranhão. Rio de Janeiro: Aeroplano.
FERRETTI, Sérgio F. 2009a. “Estudos sobre festas religiosas populares”. In: Sérgio Figueiredo Ferretti e José Ricardo Ramalho. Amazônia: desenvolvimento, meio ambiente e diversidade sociocultural. São Luís: EDUFMA. p.183-197.
FERRETTI, Sérgio F. 2009b. Querebentã de Zomadônu: etnografia da Casa das Minas do Maranhão. Rio de Janeiro: Pallas.
GAMA, Padre Lopes. 1996 [1840]. O Carapuceiro. São Paulo: Companhia das Letras.
MARTINS, Carolina de Souza. 2015. Política e cultura nas histórias do bumba-meu boi: São Luís do Maranhão - século XX. Dissertação de Mestrado em História Social, Universidade Federal Fluminense, Niterói.
MARTINS, Carolina de Souza. 2018. “Entre brechas e proibições: a experiência de brincantes negros do bumba-meu-boi no Maranhão no pós-Abolição”. In: Martha Abreu, Giovana Xavier, Lívia Monteiro e Eric Brasil. Cultura Negra – Festas, Carnavais e Patrimônios Negros: novos desafios para os historiadores. Niterói: EDUFF. p. 369-394.
MAUSS, Marcel. 2003. “Ensaio sobre a dádiva – Forma e razão da troca nas sociedades arcaicas”. In: Marcel Mauss. Sociologia e Antropologia. São Paulo: Cosac Naify. p. 183-314.
MUNANGA, Kabengele. 2019. “Arte afro-brasileira: o que é afinal?”. Paralaxe 6(1): 5-23.
PRADO, Regina. 1977. Todo ano tem: as festas na estrutura social camponesa. Dissertação de Mestrado em Antropologia Social, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.
SILVEIRA, Marla. 2014. Nas entranhas do bumba meu boi: políticas e estratégias para botar o Boi de Leonardo na rua. Dissertação de Mestrado em Cultura e Sociedade, Universidade Federal do Maranhão, São Luís.
SOUSA, Késsia. 2020. A produção cultural do bumba meu boi de Maracanã em São Luís-MA. Tese de Doutorado em Ciências Sociais, Universidade Federal do Maranhão, São Luís.
VASCONCELOS, Gisele. 2007. O cômico no bumba-meu-boi. Dissertação de Mestrado em Ciências Sociais, Universidade Federal do Maranhão, São Luís.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Novos Debates

Esta obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Attribution 3.0 Unported License.
Política de Acesso Aberto
Somos uma revista de acesso aberto. Não cobramos pela publicação de artigos ou pelo acesso aos fascículos da revista.
Todo o conteúdo da revista, exceto indicação contrária em materiais específicos, está licenciado sobre Atribuição 3.0 Creative Commons Brasil (CC BY 3.0 BR).
Você tem o direito de:
– Compartilhar — copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato
– Adaptar — remixar, transformar, e criar a partir do material para qualquer fim, mesmo que comercial.
– O licenciante não pode revogar estes direitos desde que você respeite os termos da licença.
De acordo com os termos seguintes:
– Atribuição — Você deve dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas. Você deve fazê-lo em qualquer circunstância razoável, mas de nenhuma maneira que sugira que o licenciante apoia você ou o seu uso.
– Sem restrições adicionais — Você não pode aplicar termos jurídicos ou medidas de caráter tecnológico que restrinjam legalmente outros de fazerem algo que a licença permita.